Cleptomania





Um distúrbio psiquiátrico/psicológico relacionado com o ato de roubar objetos inúteis.


A Cleptomania é caracterizada pela recorrência de impulsos para roubar objetos que são desnecessários para o uso pessoal ou sem valor monetário. Dinheiro, joias e outros objetos de valor monetário alto dificilmente são levados por cleptomaníacos. Eles optam por furtar objetos com pouco valor real (e muitas vezes até têm dinheiro para os adquirir) – como sabonetes, desodorizantes, roupa interior, etc. Assim, muitas vezes oferecem-nos a alguém ou então deitam-nos no lixo. Porém, existem cleptomaníacos que colecionam os ditos objetos ou, então, devolvem-nos, de forma disfarçada. Esta última situação ocorre quando o objeto é roubado em casa de familiares ou amigos: o cleptomaníaco tenta voltar ao local de forma a conseguir repor o objeto à sua origem – às vezes conseguem, outras não. Quando são apanhados, passa a ser um problema delicado de gerir em termos sociais.

Estes impulsos são superiores à capacidade de controlo da pessoa, sendo que, infelizmente, existem muitos ladrões que tentam passar-se por cleptomaníacos. Acompanhando o forte impulso e a realização do roubo, existe um enorme prazer em ter furtado o objeto desejado, enquanto numa verdadeira ação de roubo, o ladrão não experimenta nenhum prazer, mas tensão e, posteriormente, satisfação, sendo que não o faz por prazer, ao contrário das pessoas com cleptomania. Aparentemente, o cleptomaníaco é um individuo completamente normal, sendo que não possui nenhum traço que identifique descontrolo, ou seja, é impossível identificar o sujeito antes do mesmo obter objetos. Após o roubo o paciente consegue reconhecer que o seu gesto foi errado, mas não consegue entender porque o fez nem porque não o conseguiu evitar. Tem uma enorme tendência a sentir-se envergonhado e esconde este erro de todos. Estas características são idênticas (e muito) ao transtorno Obsessivo-Compulsivo, sendo que é estudada como uma possível variável do mesmo, por se tratar de um impulso (incontrolável) que leva o paciente a sentir-se culpado e acanhado depois de ter furtado algo.

A Cleptomania, no geral, inicia-se no fim da adolescência e continua por vários anos, sendo que é considerada uma doença crónica. É identificada nas mulheres em torno dos 35 anos e nos homens por volta dos 50. Encontram-se mais casos de cleptomania no sexo feminino, mas salienta-se que as mulheres procuram mais ajuda médica do que os homens. Muitos optam por se esconder da sociedade, porque apesar de ser um problema de saúde, também envolve uma quebra da lei. Infelizmente, não existe nenhum tratamento completamente eficaz, sendo que a maioria das pessoas com cleptomania são medicadas com ansiolíticos – para reduzir a ansiedade antes do furto – e depois sujeitas a terapia cognitivo-comportamental para conseguirem lidar com as situações, tanto a nível policial, como da culpa decorrente do ato em si.

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